Em cada palavra,
vive um plano adormecido —
lê, e ele desperta.
— Kwok eNanada Se-Yeon, Primeira Sábia da Fonte A realidade vivenciada pelos Povos Civilizados em Panorica é apenas uma face da Criação — um véu finito e frágil estendido sobre forças imensuráveis que coexistem, colidem e por vezes se infiltram entre si. O que os estudiosos chamam de Esfera da Criação é o conjunto dos planos conhecidos que interagem com o mundo material: um sistema complexo de camadas, bolsões e domínios, cada qual regido por leis próprias e habitado por entidades que desafiam a razão. Para além da Esfera, existe o Vazio insondável.
No centro desse emaranhado está a Matéria, o plano onde vivem os mortais — frágeis, efêmeros e, ainda assim, fundamentais. Ao seu redor, giram cinco outros planos, também chamados de Reflexos, cuja existência é aceita por estudiosos e sacerdotes, mas cuja compreensão plena permanece fora do alcance da mente comum. Cada plano não é apenas um lugar, mas um princípio, uma manifestação daquilo que a realidade pode conter ou permitir. Juntos, eles sustentam — ou ameaçam — o equilíbrio da própria Criação. Embora muitos neguem, temam ou adorem essas outras esferas, é inegável que seus ecos moldam tudo o que vive e morre em Panorica.
Esta cosmologia não é uma verdade absoluta, mas um retrato incompleto tecido com as suposições de quem ousou observar o incognoscível. Aqui, são apresentados os sete grandes planos segundo o entendimento corrente, suas características, habitantes e relações com o mundo mortal. Entender tais planos é se aproximar dos mistérios mais antigos de Panorica — e perceber o quão tênue é o fio que separa a existência da dissolução.