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Lumiar

A Morada dos Justos


Mãos que não erram,
tecem mundos com silêncio —
fiéis à medida.


— Kwok eNanada Se-Yeon, Primeira Sábia da Fonte


Governantes: Deuses Justos.
Nome dos Subplanos: Domínios.
Nome dos Habitantes: Dominados.
Criaturas Exclusivas: Celestiais.

Acima da Sombra, depois da Aparência, para lá das erupções de Elementa e além das fronteiras visíveis da Matéria, brilha Lumiar — o plano da retidão, da harmonia e da glória. É a morada dos Deuses Justos e, segundo os piedosos, o destino final das almas que viveram conforme seus mandamentos. Lumiar não é um único lugar, mas sim um mosaico celeste de dezesseis Domínios, cada qual regido por uma das divindades justas e moldado segundo seus respectivos ideais eternos: justiça, misericórdia, temperança, coragem, sacrifício, entre outros.

Para se adentrar em Lumiar, é necessário atravessar Veret'Kyn, a Coluna do Meio, que outrora dividia o plano em duas metades mas que hoje a separa da Matéria. A paisagem de Lumiar é composta de vastidões imaculadas, onde o horizonte se curva suavemente como se em reverência. O Domínio de cada divindade apresenta estruturas perfeitas em geometria e harmonia, não pela grandiosidade, mas pela proporção absoluta. Torres erguem-se com precisão matemática, espelhos d’água refletem o céu sem distorção, escadarias não conduzem a lugares, mas a estados da alma. Nada parece fora do lugar — porque, ali, tudo está onde deve estar. Não há ruínas, nem excessos, nem ornamentos gratuitos: beleza e função são uma coisa só. Em alguns Domínios, os elementos naturais foram disciplinados — árvores crescem em fileiras impecáveis, rios seguem traçados circulares, o vento sopra em compassos musicais. Em outros, o mundo parece esperar — como se cada pedra, flor ou ave soubesse que cumpre um papel específico na sinfonia eterna da Virtude.

Em Lumiar, o tempo não corre: repousa. Ou talvez cante, em ciclos de luz e silêncio. Não há escuridão, mas há sombra fresca de nuvens gentis e o conforto das Luzes. A gravidade é tão suave quanto uma saudade atendida, e a própria existência parece feita de luz condensada.

As almas que alcançam Lumiar o fazem, dizem os sacerdotes, por merecimento. Elas são acolhidas no Domínio de sua divindade e lá vivem uma eternidade não de ociosidade, mas de serviço divino, meditação iluminada ou celebração constante, conforme o ethos do Deus que as recebeu. Para algumas doutrinas, as Luzes visíveis do céu noturno de Panorica são reflexos dessas almas virtuosas, agora refulgindo na abóbada da Criação.

Nenhum portal leva diretamente a Lumiar, exceto através da Matéria. Acredita-se que nem mesmo os Deuses Justos possam tocar os outros planos sem encarnar parte de sua vontade no mundo mortal. Essa limitação é fonte de reflexão e conflito: alguns a veem como uma prova da santidade da vida mortal; outros, como a raiz de todas as guerras divinas e heresias.

Lumiar é, portanto, tanto morada dos Deuses quanto espelho de suas limitações.


Habitantes de Lumiar


Os seres nativos de Lumiar são chamados, em conjunto, de dominados. Vivem para manifestar a pureza, a ordem e os ideais que fundam os Domínios onde existem. Cada Domínio abriga dominados únicos, moldados à imagem da divindade que servem, mas todos irradiam uma presença que confunde os sentidos mortais: há algo de absoluto em seus gestos, de inevitável em seus olhos.
 

Bestas


São o instinto vestido de aurora, ferozes apenas contra a corrupção.

As bestas de Lumiar são formas animais tocadas pela ordem e pela paz do plano. Não atacam por instinto nem matam por fome. Em vez disso, habitam os domínios como manifestações vivas da harmonia natural. Muitas servem como montarias sagradas, sentinelas silenciosas ou companheiras dos celestiais, ligadas por pactos de alma. Algumas respondem a comandos, outras apenas à pureza de intenção.
 

Celestiais


Marcham como se cada passo selasse uma oração.

Os celestiais são os servos diretos das divindades de Lumiar — seres conscientes, sábios e terrivelmente belos — que estão atrelados ao plano. Chamados de muitos nomes eles executam a vontade de seus Deuses em seus Domínios e, por vezes, na própria Matéria. A forma de um celestial pode variar: há os que se assemelham a mortais, mas mais altos, mais límpidos, mais perfeitos. Outros ostentam múltiplos pares de asas, rostos simultâneos, corpos de luz, fogo, pedra ou som. Eles existem para manter a ordem do plano, guiar as almas e, quando necessário, guerrear contra os que ameaçam a paz sagrada. São guerreiros, ministros, mensageiros e juízes — e cada função carrega o peso de uma eternidade de convicção.


Cover image: Mapa do Continente de Panorica em 1500 I.J. by Mateus Buffone

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