Thartan
A Coroa dos Corrompidos
Tronos de cinzas —
quem sobe, pisa os caídos
e sorri ao fogo.
— Kwok eNanada Se-Yeon, Primeira Sábia da Fonte
Governantes: Deuses Corrompidos.
Nome dos Subplanos: Domínios.
Nome dos Habitantes: Desatados.
Criaturas Exclusivas: Abissais.
Thartan nada mais é do que a metade de Lumiar que foi separada e confinada em um Reflexo próprio. Se Lumiar representa o ideal da harmonia justa, Thartan é o seu reflexo invertido: um plano onde os aspectos menos louvados da existência se erguem como virtudes supremas. Ambição, dor, vaidade, desconfiança, desejo de poder – em Thartan, essas forças moldam a paisagem e sustentam as hierarquias. Ali, não há vergonha em desejar mais do que se tem, apenas fraqueza em não conseguir.
Como Lumiar, Thartan é dividido em dezesseis Domínios, cada um sob influência de um dos Deuses Corrompidos, Primogênitos da Criação que outrora compartilharam do mesmo status dos Deuses Justos, mas que hoje simbolizam extremos despidos de equilíbrio. Seus reinos não são feitos apenas de trevas, mas de estruturas fundadas sobre competição, desafio constante e supremacia dos fortes sobre os hesitantes.
Diferentemente do que pregam as doutrinas dos Deuses Justos, Thartan não é exatamente um lugar de castigo — ao menos, não intencionalmente. É um plano onde o mérito se mede por conquista, a sobrevivência é uma arte e a vulnerabilidade é um risco. Para alguns mortais, Thartan é o destino de quem foi rejeitado pelos valores das divindades Justas; para outros, é o local prometido àqueles que ousaram desejar algo mais do que a obediência e a humildade.
A entrada em Thartan pode ocorrer pela escolha consciente — pactos, votos, servidão voluntária — ou pelo acúmulo de uma vida guiada por impulsos exaltados. Uma alma que não encontrou acolhimento nas virtudes de Lumiar pode muito bem ser atraída pelos ecos de poder vindos de Thartan.
Isolado dos demais Reflexos, Thartan só se comunica diretamente com o plano da Matéria. É por isso que seus habitantes influenciam com tanta frequência o mundo mortal: não por pura malevolência, mas porque dele dependem para que seus ideais se renovem. Seus emissários não espalham corrupção, espalham vontades em estado bruto: de vencer, de impor, de se destacar, de transformar fraqueza em força.
Thartan é o reino onde o desejo cresce sem limite, e onde cada vitória acende outra necessidade.
Habitantes de Thartan
As criaturas nativas de Thartan são chamadas coletivamente de desatados. Vivem para afirmar intensamente os impulsos que definem os Domínios onde residem: excesso, desafio, grandeza, dor. Cada Domínio abriga desatados únicos, moldados pela essência crua da divindade que reinante, mas todos exalam uma presença que incita o conflito nos mortais: há algo de irrecusável em suas vozes, de inflamável em suas vontades.
Abissais
Um erro, uma necessidade, uma ferida que respira.
Criaturas nascidas do excesso, da fome e da dissonância, os abissais são o grito bruto das vontades que escapam a todo controle. Eles existem como distorções vivas da energia de Thartan. Alguns rastejam como sombras que ardem, outros correm como labaredas famintas por forma. Todos se impõem como ruína — não por malícia, mas por natureza. São usados como caçadores, sentinelas ou oferendas. Raros são os mortais que os invocam e saem ilesos. Ainda mais raros são os que conseguem compreendê-los.
Bestas
Aprenderam desde filhotes que tudo o que se move pode ser comido.
As bestas de Thartan são animais moldados por ambientes extremos, onde sobrevivência é uma imposição violenta. Seus corpos são adaptados à escassez, à toxidade, à hostilidade e à competição perpétua. Carnívoras quase sem exceção, caçam como se cada refeição fosse a última — e para muitas, é. Ainda que não pensem como os abissais, há uma inteligência cruel em seus hábitos, uma precisão predatória que revela um mundo onde qualquer fraqueza é um convite à morte.
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