Elementa
O Vórtice da Criação
Cada um reina
num trono que o outro fere —
equilíbrio em guerra.
— Kwok eNanada Se-Yeon, Primeira Sábia da Fonte
Governantes: Soberanos Primordiais.
Nome dos Subplanos: Coroas Primordiais.
Nome dos Habitantes: Primordiais.
Criaturas Exclusivas: Elementais.
Como se fossem bolsões flutuando para além da Aparência, e ligados à Matéria por portais tortuosos, ficam os desdobramentos de Elementa, o plano dos componentes primordiais da existência. Aqui residem as forças brutas que formam os alicerces da Criação: Ar, Terra, Água e Fogo — cada qual em seu domínio isolado, em perpétuo equilíbrio e oposição com os demais. Aerani, o Plano do Ar, se opõe a Terberis, o Plano da Terra; enquanto que Saline, o Plano da Água, contrapõe-se a Ragnis, o Plano do Fogo
Ao contrário dos outros planos, Elementa não é contínua. Seus bolsões — chamados de Coroas Primordiais — são absolutamente inacessíveis entre si, separados por vastos abismos cósmicos que nenhuma ponte natural pode atravessar. Quando habitantes de uma Coroa Primordial precisam ir para outra, eles usam a Matéria como ligação. Cada domínio é regido por um Soberano Primordial, entidades colossais e eternas que dão nome ao seu respectivo bolsão. Eles não são Deuses, mas são tão antigos e potentes que muitos os cultuam como tal. Suas vontades moldam os ciclos dos elementos, influenciam os desastres naturais e são sentidos até mesmo nos mais sutis fenômenos da Matéria.
As Quatro Coroas Primordiais
Cada um dos quatro Soberanos Primordiais impera em sua Coroa que é a origem de toda a potência do seu elemento.
Aerani — Plano do Ar
A Coroa Suspensa.
Soberano: Aerani, Monarca Inalcançável.
Se opondo à Terberis, não há chão: há apenas ilhas flutuantes, planaltos suspensos por colunas de ar invisível, e fendas vertiginosas que ecoam com cantos antigos. Relâmpagos estalam com doçura e as nuvens formam corredores. Ventos têm nome e vontade, e podem ser seguidos como deuses menores. Seu domínio é o da ausência de limites — por isso, cultiva a liberdade e a dúvida como virtudes supremas.
Dentro das fronteiras de Aerana, o destino se comporta como tempestade: imprevisível, poderoso e necessário. Apesar de parecer um bolsão pacífico, seus habitantes são perigosos quando desafiados.
Terberis — Plano da Terra
A Coroa Eterna.
Soberano: Terberis, Monarca Inquebrantável.
Elemento oposto a Aerani, é o domínio austero e solene de Terberis. Esse bolsão é formado por estruturas titânicas, cadeias de montanhas que crescem para dentro, formando salões eternos onde o tempo passa mais devagar. As rochas falam — com vozes profundas que ecoam por séculos — e cristais cantam em silêncio para os que sabem ouvir.
Seus habitantes vivem dentro de gigantescos fossos, construindo monumentos à memória. Cidades inteiras são escavadas em geodos vivos, e a história é registrada não em pergaminhos, mas em camadas geológicas. Em Terberis nada deve mudar rapidamente — a pressa é uma falha moral.
Saline — Plano da Água
A Coroa Profunda.
Soberano: Saline, Monarca Indomável.
Em oposição a Ragnis, Saline reina sobre um bolsão onde tudo flui, afunda ou se dissolve. Não tem superfície e nem chão: é composta de vastas massas líquidas que se estendem por quilômetros, interligadas por correntes inteligentes e mares suspensos que ignoram a gravidade. A Coroa Profunda não possui início nem fim — avança e recua, levando memórias em sua espuma.
Nada permanece. Nada é seguro. E ainda assim, tudo acolhe. Os que ali mergulham devem ceder ou afundar. Viajantes da Matéria costumam ter visões proféticas quando tocam suas águas, mas Saline raramente responde. Quando o faz, suas mensagens chegam como um afogamento.
Ragnis — Plano do Fogo
A Coroa Ardente.
Soberano: Ragnis, Monarca Incandescente.
Oposto a Saline, é o domínio onde tudo arde em ritmo ritual. Este bolsão de Elementa pulsa como o coração de um vulcão — vasto, tempestuoso e cruelmente belo. Céus vermelhos expelem raios incandescentes, e os ventos são compostos por vapores tóxicos. Chamas vivas rastejam pelo solo como serpentes de luz, e rios de magma são cruzados por pontes que se incendeiam ao toque.
Nos domínios de Ragnis, memória é cinza: o que arde, recomeça. Conflitos constantes marcam a Coroa Ardente, não por ódio, mas por um profundo desejo de transformação.
Habitantes de Elementa
A vastidão de Elementa também é o berço de seres cuja essência está fundida aos próprios alicerces da realidade. Chamados de primordiais, os habitantes do plano são forças com forma. Cada Coroa é habitada por manifestações únicas, mas há padrões que atravessam os limites entre ar, terra, água e fogo. Essas entidades não surgem por nascimento: são forjadas, condensadas ou invocadas pela convergência das forças primordiais. Em alguns raros casos, também podem ser despertadas por eventos na Matéria — especialmente onde os Véus entre os planos estão enfraquecidos.
Bestas
Seus rugidos podem virar erupções, avalanches ou inundações.
As bestas de Elementa são indistinguíveis de suas contrapartes presentes na Matéria. A diferença não está na forma e sim na essência: são mais instintivas e selvagens. Representam aspectos primitivos do elemento que habitam. Muitas vezes, são caçadas ou veneradas por cultos mortais — especialmente aqueles que buscam domar o poder bruto.
Elementais
Quando se irritam, não atacam — transformam o ambiente em sua extensão.
Elementais são os verdadeiros habitantes de Elementa e cada uma dessas criaturas encontrada em outro plano possui ligações inquebrantáveis com Elementa. São entidades formadas quase puramente da substância essencial de seu bolsão. Com exceção de um poderoso manali, não possuem órgãos e nem mente como a dos mortais, mas são dotados de propósito e vontade. Alguns são inteligentes, outros agem por impulso, mas todos respondem às vontades dos Soberanos ou dos fluxos que os geraram. Eles surgem em múltiplas formas: humanoides flamejantes, redemoinhos conscientes, massas líquidas que murmuram segredos, ou pedras flutuantes com olhos que brilham. São a manifestação pura da força elemental, seja ela calma ou destrutiva.
Gigantes
Cada passo reescreve a paisagem ao redor.
Muito mais raros do que os demais primordiais, os gigantes são encarnações colossais das forças da Criação. São criaturas de proporções míticas que raramente deixam seu plano de origem, e quando o fazem, deixam rastro de lendas e ruínas. Nascem de convergências perfeitas: uma montanha que ficou viva, uma onda que nunca recuou, um vento que permaneceu por milênios, uma chama que recusou apagar-se. Os gigantes são mitos em movimento, e sua presença afeta a própria realidade ao redor.
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