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Império de Ceres

Nulla nox sine luna.

"Astrea uniu um continente para findar a Crise das Almas. Mil anos depois, seus descendentes dividiram um Império para lutar por um trono vazio. A maior ironia de Ceres não é sua queda, mas o fato de que, em sua morte, gerou a mesma discórdia que sua fundadora um dia aplacou."
Fragmento do Papiro de Elara, escriba da Casa do Povo
 
O Império de Ceres era um estado milenar, outrora uma das três maiores forças do continente de Centúria. Fundado por Coralie Astrea na resolução da Crise das Almas, este Império passou por drásticas transformações após a 2E, eventualmente ruindo. Ceres também foi o palco das maiores crises ligadas à Divergência. Seu escudo representa a deusa Nora carregando nos braços a deusa Selune.   Em 230 da 3E, o Império encompassava toda a porção ocidental a partir do Lago Asta, tendo em seu domínio a Província Brumiana, Enumiana, Nadiana e Niveriana. Sem um imperador no trono e com o Conselho Imperial refém de uma ordem religiosa, Ceres caiu em ruína quando, exausta, provou-se incapaz de atender às demandas de seu povo.   Hoje, seus antigos estados constituintes lutam pela conquista do Trono Imperial, esperando restituir e reformar, por direito de conquista, o antigo Império e seus domínios.

Structure

O estado supremo do Império é o Domínio Alessiano, que hoje compreende as únicas terras ainda sob seu controle, chamadas Herança Alessiana. Enquanto o Império existiu, todos os estados vassalos eram considerados províncias semiautônomas, atuando sob supervisão imperial. Os governantes de cada província — arquiduques e reis — tinham seus próprios métodos de governança, mas juravam lealdade ao Imperador e ao Conselho Imperial.   Às províncias era concedido controle restrito sobre as Legiões Imperiais, que, em última análise, respondiam de facto apenas aos senhores do Domínio Alessiano.   O Imperador Santo detém poder absoluto, mas este é contrabalanceado e legitimado por um Conselho de função vitalícia, cujos membros são escolhidos pelo povo. Este Conselho expressa a vontade popular e, ao mesmo tempo, dá forma às diretrizes do Imperador. Seus membros também deliberam sobre os tributos, elaboram as leis e resolvem as disputas e questões cotidianas do Império. Para executar as determinações do Conselho, existem três Casas Imperiais.  

Casa Imperial do Povo

O Grão-mestre do Povo é o juiz máximo do Império, nomeado pelo Conselho de Astrea. Em cada província há um Senhor do Povo — um juiz regional que, embora auxilie o governante local e esteja a seu serviço, responde em última instância apenas ao Grão-mestre. O Grão-mestre e seus Senhores têm o dever de zelar pela aplicação da lei imperial através dos Mestres da Lei, presentes em todos os assentamentos cerianos. Formalmente, o Grão-mestre responde ao Conselho, mas historicamente sofre grande interferência do Imperador.  

Casa Imperial da Guerra

O Grão-mestre da Guerra é o comandante supremo das forças imperiais, nomeado pelo Conselho de Astrea. Ele chefia os Legados de cada legião da Companhia de Prata e do Exército Auxiliar, quando este é convocado. Em cada província há um Senhor da Guerra para coordenar as ações militares e a guarnição da região. Embora sirva ao governante local, ele responde em última instância ao seu Grão-mestre. Parte de seu dever é administrar os Mestres da Guarda, os capitães das guarnições locais.  

Casa Imperial da Moeda

O Grão-mestre da Moeda, ou Alto Tributador, é nomeado pelo Conselho de Astrea. Ele coordena e fiscaliza a aplicação de tributos e taxas, além de chefiar diretamente a Companhia Continental de Ceres e seus monopólios. É também o Grão-mestre quem sanciona e reconhece oficialmente guildas e companhias mercantis. Seus Senhores da Moeda mantêm agentes locais fixos, os tribunos, que gerenciam os cofres regionais e cobram os tributos quando necessário.

Culture

Devido às suas proporções continentais, Ceres abriga uma grande diversidade cultural e várias etnias, principalmente humanas. Embora esses povos coexistam em muitas áreas, suas identidades são mais proeminentes em províncias específicas do Império.   As etnias mais notáveis são:
  • A Luari, que domina parte da Costa de Prata e é nativa do coração do Império;
  • A Fierardi, presente no nordeste do continente e conhecida por seu espírito aventureiro;
  • A Enumiana, predominante no sudoeste de Centúria e bastante bucólica;
  • A Shuriana, no noroeste, cujas raízes remontam a um antigo culto dracônico;
  • E, finalmente, a Nortumbriana, que habita as estepes próximas ao centro do continente.

Assets

Grande quantidade de metais e materiais preciosos, como prata-lunar, mithril, obsídia e mármore-etéreo; uma extensa reserva de carvão e madeira-branca; grãos como trigo, centeio, aveia e arroz; especiarias como sal, açúcar, canela e pimentas.

History

O Império foi fundado em 17 CE (17 da 1E), quando Coralie Astrea encerrou a Crise das Almas ao reconquistar a capital do Reino Alessiano. Os reinos de Enari, Nádia e Landor juraram fidelidade à Coralie e a conclamaram santa. Dois anos depois, os principais chefes militares da região nortumbriana também juraram fidelidade à então imperadora de Aléssia. Em 61 da 1E, com a morte da Imperadora Santa, a capital foi renomeada para Astrea e ao Império deu-se o nome de "Ceres", nome dado por Nora e Selune à heroína. Até o final da 1E, que durou 780 anos, Ceres havia absorvido todos os reinos e organizações menores da costa de prata.   Em 890 CE (110 da 2E), durante a Primeira Divergência, Ceres entrou em guerra com o Principado de Leriones devido ao agravamento de vários desentendimentos políticos. O Império ganhou a guerra ao conquistar vários territórios ao sudeste e pouco tempo depois absorver o resto do Reino Aliriano, quebrado pela catástrofe arcana da Primeira Divergência.   Um século depois, em 993 CE (212 da 2E), os elfos restantes de Centúria se trancaram nas ilhas de Nuncavisto, "conclamados por seus irmãos". A magia élfica, entretanto, nunca realmente deixou o continente, já que seu sangue estava fortemente diluído devido ao domínio élfico antes do Calendário das Estrelas. O número de meio-elfos (mesmo 1/8 elfos) se tornou tão grande quanto o de humanos e a Segunda Era foi abruptamente encerrada após a Crise dos Espelhos, na qual a diversos planos da existência "vazaram" para o plano material e vice-versa.   Em 1013 CE (19 da 3E), a Interferência Divina em Ilienel, que aumentava conforme o passar dos séculos, finalmente alcançou um ponto crítico. O continente de Centúria espiralou rumo ao caos, sendo palco de grandes revoltas, golpes de estado, batalhas e crises arcanas que culminaram na Segunda Divergência. Ao fim desse período turbulento, os Deuses Apoteóticos deixaram o planeta e se trancaram nos Planos Divinos   Ceres permaneceu de pé ao longo de todas essas crises, mas sofrendo mudanças significativas em cada uma delas. Desde o final da 2E o Trono Imperial passou por diversas crises de sucessão e a última linhagem a sentar no trono não tem qualquer ligação com a Santa Astrea. Em 212 3E, o último imperador morreu sem nomear sucessores e o Conselho falhou em encontrar o sucessor profetizado pela Oráculo da Ordem da Lua Pálida. Desde então, esta organização tem agido "em nome do Imperador", sendo a Oráculo instituída como Regente Santa. .

Disbandment

Em 230 da 3E, motivados pela informação de que a Armada Imperial de Nádia havia sido severamente comprometida por um encontro com uma tartaruga-dragão¹, o Principado de Leriones quebrou o cessar-fogo com o Império de Ceres e tomou a região do Lago Asta, capturando o Forte Cinzaporto. Muitos acreditam que os lerionenses acharam uma forma de mover suas tropas sem que Ceres conseguisse informação, mas a verdade é que contínuos relatórios brumianos sobre movimentação inimiga foram ignorados pelo Trono Imperial, ou dispensados como improváveis².   Esta invasão, coordenada com a província rebelde de Leas, resultou em perdas significativas para o Império, que rapidamente se viu perdendo uma guerra — muito em parte devido às calamidades internas já anteriormente experimentadas devido aos prelúdios de uma nova Divergência³. Ainda que as Legiões Imperiais defendessem território com garra, recuavam cada vez mais. Em quatro anos a Província Brumiana estava quase completamente tomada, e em outros dois anos Leriones avançava dentro do Domínio Alessiano. Em 257 3E, a capital do Império foi tomada, com exceção da Citadela Imperial.   Para muitos, a guerra estava perdida. Mas forças imperiais ainda resistiam, apesar de apenas algumas legiões estarem organizadas. Foi então que as legiões nadianas tentaram algo ousado. O Rei Anfred ordenou que suas tropas se dividissem em dois grupos: um tentaria um ataque de choque, em surpresa, no litoral norte bem próximo a uma importante cidade portuária lerionense — este ataque serviria de distração —, enquanto outro grupo avançaria para dentro do continente pela Umbreterna e atacaria de surpresa as forças que sitiavam a capital. O plano foi bem-sucedido e eficiente; os nadianos quebraram o cerco lerionense e criaram um corredor para a Citadela Imperial, permitindo a fuga dos líderes do Império e de Ea, a Regente Santa. Em choque, tropas lerionenses recuaram, dando o controle da cidade aos nadianos em 258 3E.   Vitoriosos, mas completamente exaustos e logisticamente comprometidos, os cerianos não tiveram outra opção além de aceitar os termos de um acordo de paz oferecido por Leriones, conhecido como Tratado de Alma. Este acordo previa a devolução de grandes porções de terra para Ceres — apesar de que algumas porções estratégicas, como o Lago Asta, permaneceriam sob controle lerionense — e, no geral, a autonomia do Império. Mas, na prática, aplicava uma série de graves sanções econômicas, culturais e religiosas ao Império, em especial à Província Nadiana, que até então estava relativamente preservada em todos os sentidos, apesar dos milhares de mortos na investida heroica do Rei Anfred. Além disso, Leriones obteve bastante influência na política imperial, sempre "garantindo que os termos do tratado fossem seguidos".   Entre as exigências estava o fim do culto à Calisto e outros deuses, o desmanche da Armada Imperial para 50% do seu poder atual e a concessão de várias minas e ilhas nadianas para controle Lerionense, que poderia explorá-las como queria. O Cardeal da Ordem Pálida aceitou os termos, o que revoltou os nadianos, que desde o começo nada queriam com a guerra. Mas a situação piorou: o Cardeal instituiu uma série de medidas impopulares que rapidamente destruíram a frágil união ceriana. Primeiro, sentindo-se ameaçado pela recuperação rápida da Província Nadiana e seu papel protagonista na vitória, destituiu parte de sua autonomia militar, transferindo comandos para a Província Brumiana a pressuposto de "defender as fronteiras". Depois, sendo Nádia a província em melhor estado no pós-guerra, direcionou para os fierardi tributos mais duros e intensos, numa tentativa de angariar fundos para a reconstrução imperial.   Em resposta, os fierardi declararam que o Cardeal insultava o orgulho nadiano e que o Trono Imperial precisava ser restituído para que a justiça voltasse a governar o Império. Eles se uniram à Província Niveriana, fundando o Pacto de Ébano. Poucos meses depois, um golpe de estado na Província Enumiana culminou com sua também independência. O Império respondeu enviando o que restou de suas tropas alessianas para a região, e, como resposta, a província iniciou sua própria campanha para a tomada do trono. Finalmente, a até então leal Província Brumiana eclodiu em guerra civil entre aqueles que se recusavam a dobrar o joelho para o Tratado de Alma e os que permaneceram leais ao Império.   As Guerras Cerianas, que tiveram início em 259 3E, resultaram na dissolução do Império de Ceres como organização e país. As três facções rebeldes e as tropas leais ao Cardeal possuem interesses distintos e motivações acentuadamente incompatíveis, e ao que tudo indica, mesmo a captura do trono — que simboliza o direito divino de governança ceriana, simbologia preciosa para todas as facções — não pode evitar novos derramamentos de sangue ou a reunificação do estado conhecido como Império Ceriano.
DISBANDED/DISSOLVED
Império de Ceres. De blau, a imagem da deusa Nora com a deusa infante Selune, coroada e nimbada de prata.

17 CE (17 1E) - 1258 CE (259 3E)

Type
Geopolitical, Empire
Alternative Names
Império Alessiano
Demonym
Cerianos
Ruling Organization
Leader Title
Location
Controlled Territories
Related Myths

Anotações

Crise das Almas

A Crise das Almas (c. 15-17 1E) é o evento cataclísmico que marca o fim do Reino Alessiano e o nascimento do Império de Ceres. Instigada pelo erudito traidor Circerus, o Sábio, a crise foi uma ruptura deliberada do véu planar entre o mundo material e o Pendor das Sombras. A consequência mais terrível foi a "Névoa Anímica", uma mortalha de energia negativa que se espalhou a partir da capital, Astrea, impedindo que as almas dos mortos seguissem seu caminho e reanimando os corpos caídos em legiões de mortos-vivos. O ciclo natural da vida e da morte foi quebrado, mergulhando a maior nação humana da época em um pesadelo de horror e desespero.   A crise só chegou ao fim pela intervenção de Coralie, uma paladina que se tornou um farol de esperança divina em meio à escuridão. Ela não apenas liderou a carga que derrotou Circerus e seu Círculo Cinzento, mas realizou um sacrifício ritualístico para selar a fenda planar, restaurando o equilíbrio à custa de parte de sua própria força vital. Este ato de heroísmo e poder divino levou à sua aclamação como "Santa Astrea" e à fundação do Império de Ceres sobre as ruínas do antigo reino. Assim, a Crise das Almas é tanto a maior tragédia da Primeira Era quanto o mito fundador que legitima o poder e a origem sagrada do Trono Imperial Ceriano.  

As Casas Imperiais

A estrutura de poder do Império de Ceres, com suas três Casas Imperiais (Povo, Guerra e Moeda), foi concebida por Astrea para ser um sistema de freios e contrapesos sob a autoridade moral do Imperador e a vontade popular do Conselho. Em teoria, é um modelo de governança equilibrada. Na prática, no entanto, a história demonstra que essa estrutura é a fonte de sua fragilidade crônica. A lealdade dos Senhores provinciais é dividida: eles servem ao governante local, mas respondem, em última instância, ao Grão-Mestre em Astrea. Isso cria um cabo de guerra constante, onde os interesses locais das províncias frequentemente colidem com os decretos imperiais. Em tempos de paz, isso gera burocracia e intriga; em tempos de crise, como visto na recente invasão lerionense, essa divisão se transforma em paralisia e traição, provando que a unidade de Ceres sempre foi mais uma aspiração do que uma realidade.  

Trono Vazio

Desde a morte do último imperador da dinastia Savras (212 3E), o Império de Ceres opera sob um paradoxo: é um império sem imperador. O poder, no momento, reside na Regente Santa da Ordem da Lua Pálida, que governa “em nome do sucessor profetizado”. Isso significa que o braço religioso da fé luari, reformado pela cultura imperial, tornou-se essencialmente uma autocracia teocrática, legitimando seu poder através de uma profecia que a própria Ordem interpreta e controla.   Portanto, a ausência de um herdeiro legítimo e a falha do Conselho de Astrea em encontrar o sucessor profetizado criaram um vácuo de poder para o qual a estrutura imperial não estava preparada. Agora, nas Guerras Cerianas, as facções lutam pelo Trono não apenas pelo poder que ele confere, mas para reinventar o que significa ser o governante legítimo de Ceres — seja pelo direito de conquista, pelo sangue ou por uma nova bênção divina.  

A Ordem da Lua Pálida

A Ordem da Lua Pálida é, em poucas palavras, a Igreja de Ceres. Trata-se de uma organização religiosa baseada no coralismo, um conjunto de crenças e morais que deificam Sua Inocência Coralie Dei Astrea como uma deusa viva e o pináculo da virtude humana.   O coralismo se desenvolveu a partir da hibridização da tradicional Fé Luari, um conjunto de crenças esotéricas herdadas do espiritualismo élfico, com o secto selunita do Panteão Ceriano, segundo o qual Nora e Selune seriam as deusas maiores do panteão. Coralie Dei Astrea, nessa leitura, teria sido o instrumento divino que salvou tanto mortais quanto deuses na fundação do Calendário Estelar.   Enquanto um deus alcança a divindade através da usurpação de poder, um ser com o título de "Inocência" supõe uma divindade inerente, dotada de absoluta integridade moral. A divindade de Coralie Astrea — e, portanto, da Ordem Pálida — seria, dessa maneira, mais valorosa e verdadeira do que a dos próprios deuses apoteóticos.

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