Fierardi
Os desbravadores de Centúria.
"Não haveria Império de Ceres sem os Fierardi. Não haveria sociedade humana, mesmo liberdade humana, sem os fierardi. Foram eles que primeiro ergueram-se contra seus mestres elfos e foram eles, também, os últimos a aceitarem a corrupção do Império que ajudaram a fundar."— Ahmad Ichabod, Uma Perspectiva Ceriana, v. 2
Os Fierardi são um grupo étnico-cultural humano que, após uma longa jornada, estabeleceu-se e fundou o Reino de Nádia na costa leste de Centúria. Sua história é marcada por uma lendária rebelião contra seus antigos mestres élficos, culminando na quase extinção destes no continente e forjando nos Fierardi um espírito de resiliência e um ódio eterno à cultura élfica.
Brilhantes navegadores e inventores, os Fierardi se adaptaram de forma notável à nova pátria, um reino de contrastes climáticos. Eles se dividem em duas grandes linhagens: os Austrinos, que governam a partir do coração de floresta temperada do reino, e os Daneses, clãs tradicionalistas que habitam as terras mais frias ao norte, de taiga e sal.
Características físicas
Os Fierardi são um povo de presença marcante, cuja aparência reflete tanto sua herança ancestral quanto a longa adaptação aos diferentes ambientes de Nádia. De pele escura, seus tons variam do bronze queimado ao azeviche profundo, passando por matizes de cobre e marrom-terra. Seus olhos expressivos geralmente são castanhos ou negros, às vezes amendoados. O cabelo é quase sempre escuro e volumoso, variando de crespo a ondulado. Entre os Austrinos, que vivem nas regiões costeiras, é comum que os fios sejam longos e mantidos em tranças elaboradas, coques ou rabos de cavalo, acompanhados por barbas cuidadas e muitas vezes adornadas com anéis de metal. Já os Daneses, habitantes das taigas geladas do norte, costumam usar os cabelos mais curtos ou em tranças justas ao couro cabeludo, às vezes enfeitadas com contas de osso ou madeira. As barbas, nesse caso, são espessas e funcionam quase como um escudo contra o vento cortante. A estrutura facial dos Fierardi é geralmente forte e definida, com maxilares marcados, maçãs do rosto salientes e narizes tanto largos quanto aquilinos. Nos Austrinos, a compleição tende a ser mais esguia e atlética, resultado da vida como marinheiros, navegadores e administradores costeiros. Os Daneses, em contrapartida, apresentam corpos mais robustos e corpulentos, moldados pela dureza da caça. Os ideais de beleza Fierardi estão intimamente ligados à força e à resiliência. Um olhar firme, mãos calejadas, cicatrizes de batalhas honrosas — tudo isso é visto como sinal de orgulho e atratividade. Entre as mulheres, a postura confiante e os ombros largos evocam a lembrança da heroína Alyfa Uriel, tornando a assertividade uma qualidade desejada. Entre os homens, a imponência física dos Daneses e a astúcia expressa nos olhos dos Austrinos disputam o centro da admiração.Cultura
A geografia moldou a cultura Fierardi em duas vertentes distintas sob a mesma bandeira. Os Austrinos governam a partir da capital, Nádia, e do centro costeiro de floresta temperada do reino. Voltados a instituições burocráticas e ao comércio, fizeram da navegação um negócio global. Organizados em grandes cidades conectadas por estradas, possuem uma cultura cosmopolita e um governo centralizado, liderado por um Rei. Sua corte possui uma organização complexa, com o monarca sendo aconselhado por um conselho de ministros e vizires, e sua frota de galeões patrulha as rotas comerciais. Os Daneses habitam as terras de fronteira ou mais remotas, como as Terras de Sal, distantes do centro político Fierardi, em Nádia. São a imagem mais pura da herança ancestral Fierardi. Caçadores, lenhadores e guerreiros, o frio e a densa floresta boreal moldaram sua existência. Para eles, o mar e a floresta são sagrados. Organizados em clãs isolados, sua cultura é de autossuficiência e reverência às tradições, servindo como o escudo do reino contra ameaças do norte e provendo madeira e peles. Apesar das diferenças, alguns traços unem todos os Fierardi. Se há música, deve haver bebida, e ambos duram até o fim da festa. São inventores natos, tendo criado a bússola e o telescópio. E, acima de tudo, um ódio profundo e visceral pela cultura élfica é um pilar de sua identidade; a capital, Nádia, ergue-se sobre as ruínas da fortaleza élfica que eles mesmos conquistaram ao chegar nesta terra.Costumes
Os homens são os líderes dos clãs e famílias, mas fora isso, há grande igualdade. Na corte, as mulheres Fierardi são famosas por sua iniciativa; uma tradição vinda do mito de Calisto diz que os homens devem esperar a permissão da mulher para cortejá-la. O sexo é visto como uma diversão, livre de grandes tabus. Inicialmente, os Fierardi enterravam seus mortos em criptas e Salões dos Mortos. Após a "Maldição Draugr", um evento histórico traumático, passaram a realizar funerais no mar. Os corpos dos heróis e nobres são colocados em embarcações, junto de suas armas e tesouros, e incendiados ao pôr do sol. A baía na costa de Nádia, por receber tantos destes funerais, foi apelidada de Baía das Espadas.Estilo de vestimenta
As vestimentas variam com o clima. Os Daneses usam túnicas grossas de mangas médias em tons terrosos, com faixas na cintura e cintos de couro adornados. Peles de animais da floresta boreal e botas altas são essenciais para o frio. Os Austrinos, na capital, preferem camisas de botões e calças de couro ou tecido mais fino. A elite ostenta roupas com cortes elegantes e joias. Adornos são comuns e carregam forte valor cultural. Os Austrinos preferem joias de cobre e bronze, com padrões geométricos inspirados na navegação e na arquitetura costeira. Os Daneses, por sua vez, recorrem a ossos, peles e ferro bruto, em motivos animais ou símbolos de clãs. Escarificações e tatuagens também são frequentes, traçando ondas, constelações e outras marcas.Arquitetura e arte
A arquitetura da capital é austrina, um misto das tradições Fierardi com as técnicas arquitetônicas que tomaram dos elfos conquistados. As construções são altas e reforçadas, com fundações de pedra e estruturas de madeira (herança Fierardi), mas suas paredes são caiadas de branco para refletir o sol nos dias mais quentes. Pátios internos com fontes e vegetação oferecem refúgio do calor do verão. Janelas em arco e o uso extensivo de azulejos com padrões geométricos adornam as fachadas e interiores. As ruas são iluminadas por postes de lamparinas, e as sacadas de ferro forjado são comuns nos casarões da elite. Longe da capital e das cidades costeiras, a tradição danesa se revela, com a arquitetura tradicional Fierardi tendo sido preservada. Casas longas e espaçosas de madeira com telhados de duas águas, muitas vezes abrigando um clã inteiro. O salão central, com a fogueira, é o coração da vida comunitária, adornado com peles de animais e escudos dos antepassados. Estas fortificações de madeira são estrategicamente posicionadas para proteger os vales da taiga.Tecnologia
Os ferreiros Fierardi desenvolveram um método prático de forja que resulta em armaduras de placas inteiras, modeladas ao corpo e adornadas com couro. Embora não se aventurem na magia, muitos artífices buscam unir o conhecimento de materiais mágicos à sua metalurgia e outras práticas. Sua maior invenção naval, além da bússola, são as "pernas-de-dragão", um engenhoso suporte com rodas para transportar embarcações menores por terra.
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Nomes Fierardi
Apesar da adaptação cultural, os nomes Fierardi permanecem como um elo com sua herança ancestral.Nomes femininos:
Daneses: Ana, Aela, Brina, Danica, Else, Hilde, Ingrid, Maeva, Sigrid, Sofie.Austrinos: Anna, Alise, Carola, Cornelia, Eve, Irina, Lore, Katrina, Matilda, Monike.
Nomes masculinos:
Daneses: Aenar, Alof, Calder, Erik, Hadvar, Idolaf, Joric, Olaf.Austrinos: Armin, Alfred, Claus, Eric, Franz, Moritz, Sören.
Sobrenomes:
Na linhagem Danesa, tradicionalmente o sobrenome é patronímico: o nome do pai (ou líder do clã) mais o sufixo "-son" (filho) ou "-dótir" (filha). Títulos nominais, como "Aenor Olhos-de-Águia", também são comuns. Na linhagem Austrina, o sobrenome costuma ser composto por substantivos de sua língua antiga, como: Ackermann, Althaus, Bach, Grünberg, Jaeger, Rosenfeld.Figuras históricas
A chefe-de-guerra Alyfa Uriel é a maior heroína Fierardi, responsável pela vitória final contra os elfos. A lenda diz que ela sacrificou sua amante, o espírito do mar Calisto, para obter passagem segura e conquistar a fortaleza élfica, iniciando a tradição naval e a forte conexão feminina com o mar. Variações indicam que ela e Calisto teriam se tornado uma só, ambas se sacrificando. É mais comum haver capitãs do que capitães devido a uma deferência Fierardi a estas duas figuras femininas.A arquitetura danesa, encontrada nas vilas e vilarejos da parte nadiana da Fiera Antiga, remete às tradições originais deste povo, quando migraram de um norte muito mais frio. Ela é encontrada longe das cidades austrinas e suas adaptações cosmopolitas.
A arquitetura austrina preservou alguns fundamentos da tradição Fierardi, como a utilização de espaços comunitários, mas incorporou muito dos conhecimentos élficos, principalmente a alvenaria.



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