Companhia de Prata

"Gravem isto em seus corações: aqueles que buscam a paz devem sempre estar preparados para a guerra."

  A Companhia de Prata é a força militar profissional do Império de Ceres, uma organização poderosa cuja lealdade é um fator decisivo na política imperial. Sua doutrina se baseia em dois pilares: "Ordem Através da Força" e "Paz Através do Trabalho". Isso significa que um legionário não é apenas um soldado, mas também um construtor do Império, responsável por patrulhar, construir estradas e manter a lei, personificando a presença e a vontade de Ceres nas províncias.   O nome "Companhia de Prata" é uma referência à Companhia da primeira Imperadora Santa, Coralie Astrea. Cada legião tem seu próprio estandarte, mas todas carregam a Águia Prateada. As legiões são compostas por cidadãos cerianos e requerem o serviço mínimo de doze anos ou, em tempos de guerra, até que a crise seja resolvida.  

Estrutura

  Cada uma das legiões possui 5000 legionários, sendo 200 deles especialistas que não participam de batalhas. A força da Companhia reside em sua organização lógica e padronizada.  

• Legião (4.800 soldados): A maior unidade operacional, comandada por um Legado, o general da legião.
• Coorte (480 soldados): Uma Legião é composta por dez Coortes. A primeira Coorte é a elite, comandada por um Tribuno, enquanto as outras são lideradas por Centuriões-Mor.
• Centúria (80 soldados): O coração da Legião, onde a disciplina é forjada. Cada Coorte tem seis Centúrias, comandadas por um Centurião.
• Esquadrão (8 soldados): A menor unidade, um grupo que marcha, acampa e luta junto, liderado por um Decano.

  Toda legião também conta com um Significador, o honrado porta-estandarte da Legião, que carrega a Lira Alessiana e o símbolo da sua legião. Perder o estandarte é a maior desonra para uma legião.  

Conselho de Guerra

  O conselho de guerra do Legado é composto por três especialistas-chave: o Tribuno, seu especialista em táticas de combate; o Praefectus, seu especialista em logística e finanças; e o Mestre de Ofícios, seu especialista em engenharia, medicina e ofícios. Os Centuriões-Mor, chefes de cada uma das coortes, também participam do conselho.  

Patentes

Oficiais Comissionados

  O Legado equivale a um general. Ele controla uma Legião inteira (aproximadamente 4.800 soldados e 200 especialistas). Esta é a patente mais alta em campo, o comandante supremo de uma das nove legiões. Um Legado é tanto um gênio militar quanto uma figura política poderosa, responsável pela estratégia, logística e o moral de milhares de homens. Eles respondem diretamente ao alto comando imperial em Ceres. Geralmente, tomam como base de operação a cidade ou fortaleza mais importante de uma região.   O Tribuno equivale a um coronel. Ele controla a Primeira Coorte (480 soldados) e é o segundo em comando da Legião. Tradicionalmente, o Tribuno comanda pessoalmente a Primeira Coorte, a unidade de elite da Legião. É uma posição de grande prestígio, geralmente ocupada por nobres ou veteranos condecorados que são candidatos a se tornarem Legados no futuro. Um tribuno geralmente ocupa o forte ou fortaleza mais exposto a conflitos numa determinada região.   O Centurião equivale a um capitão. Ele comanda uma Centúria (80 soldados) e é a espinha dorsal da Companhia de Prata, representando o elo entre o alto comando e o soldado regular. São veteranos endurecidos e experientes, promovidos por mérito, responsáveis diretos pelo treinamento, disciplina e eficácia de seus homens em batalha. Existem diferentes graus de Centurião, sendo o Centurião-Mor (comandante de uma das 9 coortes regulares) a patente mais alta que um centurião pode alcançar, agindo como um comandante de batalhão.  

Oficiais Não-Comissionados

  O Decano é o líder de um esquadrão. Equivale a um sargento moderno. Ele é responsável pelo equipamento e pelo bem-estar de seus sete companheiros de marcha. Em formação, seu esquadrão está sempre próximo a ele.   O Quaestor é um capitão ao qual se deu o comando de uma guarnição. A legião, em tempos de paz, pode alocar tropas para cidades, vilas e vilarejos, além de acampamentos improvisados. Um Quaestor é o capitão dessas guarnições, muitas vezes atuando, portanto, como o Mestre da Guarda. Sua autoridade é circunscrita à guarnição que recebeu. A quantidade de tropas sob comando de um Quaestor nunca ultrapassa uma Centúria.   O Praefectus é o intendente-chefe da legião. Ele é o mestre da logística, o cérebro por trás da máquina que mantém a legião em movimento; um oficial administrativo de alta patente, operando fora da linha de comando de combate, mas com status e influência equivalentes aos de um Tribuno. É sua responsabilidade gerenciar as linhas de abastecimento de grãos, armas, armaduras e todos os outros materiais, além de administrar o pagamento dos soldados, a compra de equipamentos e a contabilidade do butim de guerra.   O Mestre de Ofícios é aquele que supervisiona os engenheiros e artesãos da legião, responsáveis pela construção de acampamentos, pontes e máquinas de cerco, mas também pela criação e mannutenção da estrutura de bem-estar dos soldados (hospitais de campanha e médicos).    

Os legionários

  Os recrutas passam por um treinamento padronizado e brutal chamado "Formação Ceriana". Uma tática central ensinada é o uso de linhas alternadas: os Segundos (novatos) iniciam o combate e, após o ímpeto inicial, recuam por vãos abertos pelos Primeiros (veteranos), que então avançam para decidir a batalha.  

Equipamento padrão

  A Cota Ceriana, ou Armadura Égide, é o equipamento da infantaria regular. É um peitoral prático de linho reforçado com placas de bronze ou ferro-branco e um elmo aberto. É barato de produzir em massa e ideal para as longas patrulhas e trabalhos que um legionário executa. Oficiais como os Centuriões-Mor, o Tribuno e o Legado podem usar variações cada vez mais ornadas da Armadura Pretoriana, uma obra-prima reservada para a elite. É uma couraça muscular de prata-lunar polida, que serve tanto como proteção superior quanto como um símbolo de status e poder.   Todos os legionários são treinados com o uso do gládio, do javelin e do escudo de torre. Algumas legiões incorporam o uso de armas relacionadas às necessidades regionais e ao passado cultural da região em que estão estacionadas.  

As nove Legiões Cerianas

  A Companhia de Prata é composta por nove legiões, cada uma com sua própria identidade, especialização e, em alguns casos, lealdade.  

• Legião I Alessiana, Luna Argenta: A guarda pretoriana de elite em Ceres. É a mais bem equipada, usando a Armadura Hoplita Pretoriano, e sua lealdade é inquestionável.
• Legião II Alessiana, Alata: Famosa por sua temível unidade de combate aéreo.
• Legião III Alessiana, Invicta: Uma força defensiva resiliente, atualmente guarnecendo o Portão de Aléssia (Fortaleza de Pentavere) junto com a Ordem de Prata.
• Legião IV Nortumbriana, Umbra: Uma legião rebelde de cavalaria, conhecida como "Os Cavaleiros Errantes".
• Legião V Nortumbriana, Ferrata: A força de cavalaria leal ao Império, contraparte da IV Legião.
• Legião VI Enumiana, Victrix: Uma legião de infantaria e lanceiros que provou seu valor na Guerra das Guerras.
• Legião VII Niveriana, Fulminata: A menor, porém mais letal das legiões, segue um antigo código de guerra dracônico e está em rebelião.
• Legião VIII Fierardi, Fractoria: Legião rebelde famosa por usar martelos e machados de ébano para quebrar as linhas inimigas.
• Legião IX Nadiana, Mare Serpente: A força naval e anfíbia do Império, também em rebelião.
  A partir do segundo século da 3E, a disciplina e rigor o legionário entraram em declínio, possivelmente devido às lealdades variadas que foram desenvolvidas após o Trono ter ficado vazio. Como resultado, nas guerras que se seguiram, o controle unificado na figura do Grão-mestre da Guerra tornou-se quase figurativo e os Legados passaram a ser disputados por governantes locais ou seus Senhores da Guerra — às vezes ascendendo a uma posição de poder eles mesmos.  

Especializações

  Apesar de suas formações em comum, cada uma das nove legiões imperiais se especializou em combates adequados aos terrenos e culturas da região em que estão. São, portanto, divididas em "alessianas", "nortumbrianas", "enumianas", "niverianas" e "nadianas", operando apenas dentro de suas próprias regiões. Quando num mesmo campo de batalha, utilizam técnicas de integração, complementando umas às outras. Além disso, independentemente de suas especialidades e características, possuem as mesmas técnicas logísticas e princípios de treinamento.