Tratado de Alma
O Tratado de Alma, chamado também de Acordo de Alma ou Concordata Centuriana, é um acordo de paz assinado entre o Império de Ceres e o Principado de Leriones após o Cerco de Astrea. Algumas semanas após sua concepção, as cidades-estado da nova Liga Icatiana, que apoiaram Leriones na ofensiva contra o Império, também tomaram parte no acordo.
Apesar da heroica reconquista ceriana de sua capital — vitória que veio ao custo de uma legião inteira de Nádia —, o Império já não possuía mais a habilidade de continuar a Guerra das Guerras. Exausta, Ceres não viu outra alternativa além de aceitar termos de paz onerosos que, embora evitassem a aniquilação total, geraram intensas complicações políticas responsáveis pela subsequente fratura da política imperial.
A maior parte da população ainda não se familiarizou com certas nuances dos termos e, muitas vezes, é pega de surpresa pelas autoridades lerionenses e/ou imperiais.
Propósito
Das sanções variadas, restrições militares e políticas atacavam descaradamente a soberania imperial. O propósito do Acordo de Alma era neutralizar Ceres como uma ameaça futura e, em especial, silenciar a Província Nadiana, que ainda tinha muito fôlego ao fim da guerra e era a única fronte em vantagem. Isso foi alcançado não apenas com sanções diretas, mas com uma calculada traição política costurada nos termos religiosos do tratado.Detalhes históricos
Contexto
O Tratado foi concebido semanas após a reconquista imperial de sua capital, Astrea. Emissários lerionenses propuseram uma conversa de paz em Alma, na época sob controle lerionense. Logo ficou claro que se tratava da imposição de termos do vencedor. Apesar dos nadianos estarem dispostos a estender a luta, o Pontífice e o Conselho de Astrea, buscando preservar o que restava do Império, aceitaram negociar. A única grande vitória diplomática de Ceres foi a recusa em extraditar oficiais acusados de crimes de guerra, um ponto que, segundo fontes internas, quase reiniciou o conflito. Entre as várias sanções, as religiosas foram as mais politicamente venenosas. Para salvar a veneração de sua própria fundadora, Coralie Astrea, o poder central de Astrea concordou com a erradicação total do culto a Calisto. Os Fierardi de Nádia, que haviam sacrificado uma legião inteira para salvar a capital, viram isso como uma traição imperdoável. Cláusulas notáveis da ConcordataCláusulas notáveis
As cláusulas mais impactantes do Acordo, necessárias para a instituição da paz, eram:- Sanções religiosas: O banimento do culto público a qualquer divindade de origem humana. A proibição foi aplicada com força total a Calisto, entidade que, na cultura Fierardi, era o duplo de Alyfa Uriel, heroína do Reino de Nádia. Em uma controversa concessão, o culto à fundadora imperial Coralie Astrea foi permitido em âmbito privado. Adicionalmente, o Culto de Candela foi cooptado para caçar a "Heresia Solar", uma teologia inimiga a ambas as nações.
- Reparações: O pagamento imediato de um enorme tributo em ouro e mithril, além de um segundo tributo, de valor não especificado ao público, a ser pago semestralmente pelos próximos dez anos.
- Desmantelamento: A rede de inteligência imperial, o Véu de Órion, foi dissolvida, e todos os seus ativos (listas de agentes, códigos, redes de informantes) foram entregues a Leriones. A organização arcana, a Assembleia Alabaster, foi proibida de pesquisar magias de aplicação militar em larga escala.
- Controle de Recursos: Foi estabelecida uma parceria conjunta para explorar as Minas de Prata-lunar, com Leriones recebendo 75% da produção. Acadêmicos lerionenses também receberam acesso irrestrito aos arquivos do Monastério Ilírico.
- Cessões territoriais: Ceres cedeu o Baronato de Carvalha (em Bruma) a Leriones e entregou à Liga Icatiana o controle de arquipélagos ao sul, como as Ilhas de Safira e a Costa Partida, assim como arquipélogos ao norte foram entregues à Leriones.
- Restrições militares: A Companhia de Prata foi limitada a sete legiões. Vastas áreas na fronteira brumiana e no Domínio Alessiano foram designadas como Zonas Desmilitarizadas, sujeitas à inspeção de patrulhas lerionenses.
- Subjugação jurídica: Foi criado um Tribunal Misto para julgar crimes entre cidadãos das duas nações, com a Liga Icatiana servindo como voto de desempate, efetivamente removendo a autoridade final dos tribunais cerianos.
Reação pública
O tratado desmoralizou o público ceriano. A sociedade se dividiu entre os "Leais", que viam o tratado como um mal necessário para a sobrevivência do Império, e os "Dissidentes", que o viam como a prova final da corrupção e fraqueza de Astrea. A cisão eventualmente levou a conflitos internos, como a guerra civil no Ducado Brumiano e a declaração de independência do Pacto de Ébano, formado por Nádia e seus aliados. O Acordo consolidou a participação de Leriones na política Imperial, principalmente através da influência da Embaixada Lerionense, que tinha autoridade para intervir em Bruma para garantir o cumprimento dos termos. A ascensão da Liga Icatiana como uma nova potência naval no sul, agora em controle de importantes rotas comerciais, também alterou permanentemente o equilíbrio de poder no continente.Controvérsias
Boatos em esferas políticas sugerem que a ideia de um acordo de paz partiu do próprio Pontífice, mas que os termos foram escalados por Leriones, que viu a oportunidade de capitalizar sobre o desespero de Ceres. A cláusula religiosa, em particular, é vista por muitos como uma sugestão deliberada de Leriones para fraturar a relação entre o centro do Império e sua província mais poderosa, Nádia, uma tática que se provou devastadoramente eficaz.
Type
Treaty, Diplomatic
Medium
Vellum / Skin
Authoring Date
Ano da Concordata Centuriana, 31 4E
Location
Signatories (Characters)
Signatories (Organizations)

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