Sun Arrktuk
A Guardiã do Ciclo e do Equilíbrio
Sun Arrktuk é reverenciada como a Deusa da Vida e do Equilíbrio, responsável pelo eterno ciclo de nascimento, morte e reencarnação que mantém a harmonia do universo. Conhecida também como a Teceira do Destino, Sun não apenas observa o fluxo das almas, mas guia cada uma delas com sabedoria e compaixão, garantindo que a criação nunca perca seu rumo.
Sua forma é tão imponente quanto mística: uma tartaruga colossal, com um casco que parece conter a história do mundo gravada em musgos ancestrais e ramos dourados. Dele brotam cristais cintilantes, que dizem representar os mundos e dimensões que Sun equilibra em sua jornada. Seu rosto, embora claramente reptiliano, carrega traços humanoides que transmitem serenidade e mistério.
Na mão direita – ou pata, como alguns preferem chamar – Sun Arrktuk sustenta o Orbe de Luz Eterna, um globo de energia que pulsa ritmicamente, como um coração cósmico. Esse orbe é muito mais do que um símbolo divino: ele contém as almas de todos os seres vivos do universo. Dentro dele, pequenas partículas de luz dançam em um fluxo incessante, entrando e saindo como estrelas cadentes. Cada partícula representa a essência de uma vida – seja um peixe, uma ave, uma fera monstruosa ou um anão. Ao morrerem, suas almas são atraídas pelo Orbe para serem purificadas, antes de retornarem ao mundo em novas formas.
A Origem Mítica de Sun Arrktuk
Na ancestral mitologia dos anões, Sun Arrktuk era, inicialmente, uma deusa da fertilidade. As primeiras lendas a retratavam como a mãe que dava vida às montanhas e fazia o solo brotar em riquezas para seus filhos. Contudo, com o passar dos séculos, seu papel evoluiu, transformando-a na guardiã do equilíbrio universal.
Diz-se que Sun nasceu durante o Primeiro Silêncio, um momento em que o mundo de Helegam estava vazio e a balança da criação era instável. Enquanto os deuses mais jovens moldavam terras, mares e céus, Sun despertou de uma vastidão primordial. Ao abrir seus olhos brilhantes pela primeira vez, percebeu que o universo era uma tapeçaria incompleta – uma harmonia ainda a ser alcançada.
Com suas poderosas patas, ela começou a trilhar os confins do cosmos, recolhendo fragmentos dispersos de energia vital. Foi assim que criou o Orbe de Luz Eterna, um artefato de imenso poder e significado. Ela então assumiu sua responsabilidade como regente do ciclo, garantindo que nenhuma vida fosse desperdiçada e que cada alma pudesse encontrar seu lugar na criação.
A Religião em Torno de Sun
Os anões acreditam que ao morrer, suas almas são recebidas no Orbe de Sun, onde são acolhidas em um sonho de descanso. Esse sonho purifica as mágoas, as falhas e os pesos acumulados durante a vida, preparando a alma para um novo ciclo. Os anciões anões frequentemente murmuram orações a Sun para que suas almas possam retornar mais fortes e sábias na próxima vida.
Entre as comunidades, é comum encontrar templos esculpidos diretamente nas rochas, representando o casco de Sun. O mais sagrado deles, chamado de Terraluz, abriga uma réplica do Orbe de Luz, onde fiéis deixam oferendas de pedras preciosas ou pequenas esculturas em forma de tartaruga, simbolizando gratidão pelo equilíbrio divino.
Sun e o Destino
Além de cuidar do ciclo de reencarnação, Sun é vista como uma guardiã do destino. Os anões acreditam que cada alma possui um fio invisível que Sun tece no grande tecido do universo. Embora seja possível que os mortais tentem manipular seus próprios caminhos, a Deusa sempre encontra formas de trazer o equilíbrio de volta, seja por eventos trágicos ou milagrosos.
Nas noites mais silenciosas, diz-se que é possível ouvir o canto de Sun – um som grave e sereno que ressoa pelo vento e pelas montanhas, lembrando os vivos de que, em meio ao caos da existência, o equilíbrio sempre prevalecerá.
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