O Surgimento de Tudo

A História de TUDO - Porquê TUDO existe

Por que TUDO existe

  No princípio, havia apenas o NADA. Uma existência absoluta, onipotente e onipresente, tão vasta que não conhecia limites e tão atemporal que sequer compreendia o tempo – pois ele ainda não existia. Não havia plenitude, nem caos. Não havia som, nem silêncio. Apenas o NADA, solitário em sua eternidade.

Mas o NADA, mesmo em sua vastidão, sentiu a inquietação de sua existência vazia e sem propósito. Em um ato de vontade pura, ele decidiu expandir-se, e assim, do NADA, nasceu o universo.

Entretanto, o universo que emergiu era frio e escuro, um lugar silencioso e sem vida. O NADA, agora transformado em algo maior, ainda não estava satisfeito. Ele percebeu que para a criação ter sentido, precisava de dualidade. E assim, em um ato de pura essência, do NADA, surgiu a Luz.

Com a luz veio o calor e a claridade, mas também as sombras, que passaram a dançar entre os cantos do vazio. Agora havia contraste, havia equilíbrio. Contudo, o NADA, inquieto como sempre, ansiava por mais. Ele voltou sua atenção à matéria, e em uma nova expansão de sua essência, surgiram as estrelas.

Estrelas incontáveis giraram no infinito, e quando finalmente o NADA parou, percebeu que não podia mais contar o quanto havia criado. Para isso, ele decidiu dar forma a algo que pudesse organizar sua obra: criou Zahir, sua primeira alma, encarregada de contar e aperfeiçoar as primeiras criações.

Mas Zahir, por mais poderoso que fosse, não podia dar conta de tudo sozinho. Então, o NADA se expandiu novamente, gerando outros quatro seres primordiais: Merion, Lecasia, Fausim e Meticai. Como o próprio NADA, eles não tinham forma, nem traços, apenas existiam.

Desejando mais evolução para suas criações, o NADA fez um sacrifício final: começou a dividir-se em pequenas partículas. De cada fragmento de sua essência, nasceram as criaturas vivas:

• Das partículas mais fortes, surgiram os seres físicos. Animais, feras, humanos, e tudo que pudesse ser tocado.

• Das partículas mais frágeis, nasceram as almas e preencheram tudo que puderam preencher, mas houve mais almas do que seres físicos e muitas ficaram soltas esperando seu lugar de pertencimento.

Antes de se dividir por completo, o NADA deu uma última tarefa aos seus cinco primogênitos: cuidar de tudo o que ele havia criado, pois ele estaria em tudo.
Assim, cada um assumiu um papel:

Zahir, o primeiro, tornou-se o guardião do tempo e o arquivista do universo, registrando tudo o que aconteceu e ainda aconteceria. Ele se tornou o mais sábio de todos.
Merion dedicou-se à vida e à morte, garantindo a continuidade dos ciclos criados pelas partículas. Ele se tornou o guardião do equilíbrio entre o ciclo do nascimento e o fim das existências.
Lecasia, fascinada pela mente dos seres vivos, passou a reger os sentimentos e pensamentos, permitindo que as criaturas interagissem, sonhassem e sentissem.
Fausim, inconformado com a perda de seu progenitor, assumiu o papel de destruidor, desfazendo tudo que existia para que pudesse trazer de volta o NADA.
Meticai, o último a ser criado, não encontrava para si um propósito. Então, desceu das estrelas, tomou forma, e caminhou entre as criações do NADA para observá-las.
Inspirado pelo exemplo de seu criador também se dividiu, dando origem aos deuses, que guiam e interagem com tudo que NADA deixou para eles.
Seus filhos, chamavam as crianças do NADA de celestes, respeitando e atendendo todas as suas vontades.
De todos os primogênitos apenas Meticai e Zahir conseguem dizer quanto o nada deixou para eles.

Assim, do NADA, surgiu o TUDO. Criaturas, espíritos, deuses e o próprio universo agora existiam.
O NADA havia cumprido seu propósito, transformando-se na própria essência da existência. Transformando-se em TUDO, para todos.

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