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O Peregrino de Athas

A Taverna do Búfalo Manso estava lotada, todas as raças diferentes estavam em harmonia, cantando, dançando e contando histórias sobre heróis antigos que a muito morreram. Em uma ocasião, um humano jovem, de bela aparência com uma caneca na mão se levantou e ergueu a voz para chamar a atenção de todos. Ele estava bêbado, mas sua voz saiu límpida como as águas de um córrego da Faéria.
- Eu tenho uma história a contar! - gritou o homem. - ela é tão antiga quanto a própria Mardahar. Era uma vez um jovem peregrino... - começou a história, enquanto todos da taverna se entreolhavam mas mantinham o silêncio, atentos para ouvir o que o homem dizia.
- Ele caminhava sobre o grande deserto de Athas, que na época ainda era uma grande floresta. Ele vivia sozinho, sempre que encontrava algum animal, o mesmo saia correndo como se o menino fosse assustador. Certo dia, ele perguntou aos Céus:
- Ó Céus, porque todos os seres fogem de mim?
Mas os Céus nada responderam.
E assim o menino caminhou, por dias e noites pela floresta primordial que parecia sem fim. Mas em um momento, os Céus falaram:
- Procure ao sul o Antigo, e pergunte sobre os Ventos que caminham sobre a terra. Pergunte sobre as notícias que lhe estão longe dos ouvidos.
E assim o menino caminhou, por dias e noites, meses e anos em direção ao sul. Caminhou até onde a floresta virava savana, caminhou até onde a savana virava deserto e finalmente perguntou, para o Antigo Deserto que se estendia à sua frente:
- Que notícias trazes do Leste, ó poderoso vento?
E o vento respondeu:
- As florestas dormem e os filhos de Xan se levantam.
Intrigado, o menino perguntou:
- Filhos de Xan? Quem são eles?
Mas o silêncio do Vento Leste foi a única resposta.
- Que notícias trazes do Oeste, ó belo vento?
E o vento respondeu, com uma voz jovial de uma donzela:
- Os mares do Oeste secam e o Mares Flutuantes se expandem.
- Mares Flutuantes? - perguntou o menino - o que seriam?
Mas o belo vento nada respondeu. Apenas perguntas cresciam na mente do menino, mas nenhuma resposta ainda lhe fora dada.
- Que notícias trazes do Sul, ó quente vento?
E o Vento Sul respondeu, com uma voz calorosa e forte:
- As noites continuam dias e Caridon os céus rasga em sua passagem.
Caridon? Perguntou o menino a si mesmo. Ele não ousou questionar o Vento Sul, mas não estava feliz pelos Céus o terem enganado com a promessa de respostas.
E por fim, o peregrino perguntou:
- Que notícias trazes do norte, ó ingrato vento?
E o vento respondeu, com a severidade de um deus:
- As perguntas de uma criança aumentam e a paciência e fé da mesma diminuem.
O menino assustado fitou os Céus e finalmente entendeu o porque das criaturas se afastarem de si. Ele questionava a tudo mas não possuía a paciência necessária para compreender as respostas, nem mesmo a fé de acreditar que sua vida possuía um propósito. E ali ficou o menino, refletindo enquanto os Ventos partiam para espalhar as notícias sobre a criança que não tinha fé nos Céus e nem paciência para com os antigos ventos. Apenas o Antigo não se afastou do peregrino, pois lá era a casa dos confusos e dos que não possuíam fé.

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