Capítulo 133: O Juiz Vermelho: Uma Morte Trágica e Impactante
Féli e madrugada de Dormen (7 e 8) de Vittan de 5.571
Depois de resgatar Léti, Kaeltas Dracade, Ashter e Einnar, o “Emissário do Triunfo”, liderado momentaneamente pelo capitão Sebastian Saibros, voava na direção leste enquanto nascia o sol quente de verão. Também a bordo junto com os tripulantes e o grupo, duas dragonesas feridas (Claudia e Yuna, de Léti e Ashter), que conseguiram sobreviver à Batalha contra o Colosso do Mago.
O Alto-Rei dos Sete Palácios, Kaeltas Dracade, se desculpa com o capitão Sebastian pelos desentendimentos anteriores, e pede para que sejam levados ao Palácio dos Dragões Vermelhos, onde receberiam apoio e mantimentos. Eles voam por duas horas, até chegarem ao palácio do Dragão Mogu-Shan. Extremamente cansados, eles se veem obrigados a participar de uma reunião com os Reis dos Sete Palácios, que aconteceria para contabilizar os danos e preparar um plano de ação diante do ataque.
Além de Ashter (o Capitão General Prata representava o Palácio Magno), Kaeltas (o Alto Rei dos Sete Palácios), Einnar (representando os seres mágicos opostos à Kotashtar), Sebastian e Léti - a rainha do laço - (que viam tudo a certa distância), também estavam presentes o dragão rei do Palácio dos Dragões - o dragão Galakron, o rei do Palácio dos Diamantes, o dragão Korkron (e seu servo de confiança, Goalbos Sebalte), a Rainha do Palácio Voador Dracônico - a humana Alessia, a Rainha do Palácio das Grutas - a draconata Ayem, o Rei do Palácio das Dunas - o draconato Dalomax, o Rei do Palácio das Abobadas Negras - o velho humano Pelinal, o Rei do Grande Palácio Vermelho - o poderoso dragão Mogu-Shan e o dragão Comandante Lei-Shen, amigo de Kaeltas. Todos discutiam os requisitos e pediam ajuda, explicando suas demandas e específicas.
Pouco antes de o grupo entrar no Salão Oval do Rei Dragão, a Rainha Alessia informa que o Ídolo Invencível, tripulado por Magos, estava restaurando as áreas destruídas pelos Colossos. Quando Kaeltas e companhia chegam, chegam a ouvir dezenas de reclamações, bem como lamentos pelos sessenta mortos que padeceram na madrugada.
Dentre os mortos no ataque, estava vinte e cinco dragões, dezenas de civis e até mesmo membros do corte, como os magos Padresh e o Aquidabal, que foram lutar pelo Palácio das Grutas.
Uma grande discussão política, quando Krokon e outros dragões questionam Kaeltas acusando-o de trazer o mal para o reino e criticando sua associação com os humanos, bem como sua benevolência com o Palácio Magno. A rainha Ayem mostrava indignada com o ataque ao seu Palácio, habitado majoritariamente por civis, e queria uma reação rápida. Todos questionaram o Alto-Rei sobre seu papel na batalha, quem foi o atacante e quais foram os métodos utilizados para causar tamanho estrago.
Quando Kaeltas apresentou seus companheiros e explicou que apenas um clone do Arquiduque provocara a quase destruição do Reino, as reações foram diversas. Korkron irou-se e culpou Kaeltas pela morte do povo, propondo um voto de desconfiança a seu cargo (o que seria um possível impeachment). O rei Pelinal e Alessia puseram panos quentes na discussão, mas Krokon abandonou a reunião.
Outro ponto de forte discussão foram as vantagens mínimas da Aliança com o Palácio Magno: nos últimos dias, trinta navios foram enviados para a Costa Dourada, para participar das batalhas na Baia da Caveira Velha. Assim, os reis culpavam essa ausência como uma maximização dos danos, já que a confraria dracônica não estava presente para defender os Palácios.
Ashter e Kaeltas usaram toda sua lábia e palavra para convencer os reis a continuarem apoiando o Palácio Magno e manter a unidade do Reino. Kaeltas explicou tudo o que acontecera desde sua partida, da reunião com os outros Reis, a viagem por Kotashtar, Ela e o Arquiduque, a viagem pela costa dourada e a passagem pela Floresta dos Espíritos. Contou que tempos sombrios se aproximavam e que tentaria somar a maior quantidade possível de aliados. Para isso, o grupo partiria assim que possível para uma reunião urgente com o Rei Magno, com quem reforçariam o compromisso e a missão que estava sendo desenvolvida.
Kaeltas faz uma promessa aos Reis, garantindo que só voltaria ao reino quando conseguisse apoio bélico e político, bem como reforços para a segurança e economia conquistadas com o Rei Magno Allegro e o Conselho de Reis. Tal promessa inspirou a confiança de todos, de modo que o Rei Pelinal firmou um compromisso entre todos os reis para proteger e fortalecer ainda mais o reino. Antes do fim da Reunião, Sebastian Saibros cobrou a promessa que Kaeltas fez à Genevieve de Bellaqua, onde disse que daria a capitã o melhor de seus navios. A Rainha Alessia decide que o barco seria entregue, mas que primeiro precisariam chegar ao Palácio Magno e ter com o Rei Magno uma conversa seria sobre o futuro da Aliança. Depois sim, Kaeltas poderia entregar o Emissário às ordens do capitão Sebastian.
Quando da partida, o Draconato Goalbos Sebalte entregou o mapa elaborado por Padresh para o Alto-Rei Kaeltas, na esperança de o mapa integrar o arsenal do “Emissário do Triunfo” e contribuir nas futuras missões do grupo. Ele lamenta o ocorrido e comenta que certamente Padresh gostaria de ver seu trabalho servindo ao Alto Rei.
Durante as 11h de viagem que o “Emissário do Triunfo” fez a todo vapor até o Palácio Magno, o grupo apenas comeu e dormiu, para recuperar suas forças e seu estado emocional. Chegaram ao Palácio Magno já em horário avançado, quando o Rei já havia se recolhido e muitos nobres já tinham ido para cama. Sebastian, Léti e sua dragonesa, permanecem no “Emissário do Triunfo”, levando-o para um porto seco abaixo da Cachoeira Tapete dos Céus.
Por volta das 23h, quando chegaram ao Palácio Magno, encontram seus companheiros desaparecidos: Raimond Stonebridge e Mestre Dratas jantavam com o poderoso Mago Azul do Palácio Magno. Eles contam que foram parar no Labirinto de Aroten, e que trocaram o Espelho D’Alma para poder utilizar o portal mágico com o poder do Guardião e vir para a segurança da Monarquia Magno, onde esperavam encontrar o resto dos colegas.
Informações transmitidas, Kaeltas ordena que o Rei Magno seja chamado imediatamente. O Rei Allegro apresenta-se para uma reunião extraordinária, onde finalmente todos se reuniam para lhe informar sobre os recentes acontecimentos. Na busca por mais informações, o rei pede para que Einnar use as runas mágicas para tentar falar com Carter e descobrir mais sobre onde ele estava e para onde estava sendo levado. Foi aí que todos foram pegos de surpresa.
A voz d’Ela ecoou pelo Hall do Salão do Palácio Magno. Ela havia de alguma maneira, corrompido a conexão mágica e se apossado da comunicação com Carter, tomando seu lugar no contato. Kaeltas a confronta e fala que eles vão pegar seu filho, para que ela recuasse ou se amedrontasse. Ela se irrita e mostra-se impiedosa: diz que devem entregar o “Colar das Almas Perdidas” imediatamente, o Rei Magno morreria. Diz que deveriam deixar o colar em frente ao Sino do Palácio Magno (portal mágico que fica na torre mais alta do Palácio) antes da meia noite, ou o Arcanjo Vermelho, Qedeth de Kotashtar, seria enviado para matar o rei. Não haveria barganha ou troca. A alma do Rei ou o colar. Quando a comunicação acabou, todos estavam tomados pelo pânico ou temor.
Um grande plano de segurança foi posto em prática, movimentando tudo e todos e causando grande correria. Com apenas vinte minutos para a meia noite, o grupo debatia e discutia como poderiam combater Qedeth, um inimigo que sozinho matara sessenta homens do Rei Magno e tantas outras centenas de inimigos. Qedeth, que estivera horas antes matando os mercenários pardocaminianos que entravam em Kotashtar, agora seria enviado para matar Allegro, e dele não haveria salvação. O grupo deixa claro para o Rei e seus comandantes que o arcanjo é imparável, e que uma batalha muito sanguinária estaria prestes a acontecer.
Enquanto o Palácio era evacuado, Ashter exerce seu papel de Capitão General Prata e posiciona centenas de soldados nas muralhas, torres e pontes, deixando todos armados e de olho nos céus e em qualquer inimigo que se aproximasse. A Rainha, que por sorte estava em Artis, no Hospital Real, estaria aparentemente em segurança. Allegro vê o desespero tomando conta de seus homens, acalma a todos e diz que vai pegar suas armas para preparar-se para o confronto. A tensão toma conta do Palácio, onde sessenta homens são posicionados em frente ao trono, juntamente com Raimond, Mestre Dratas, o Comandante General Esmeralda, o Paladino Dourado, os Magos Einnar e Almirante Azul, e o Alto Rei Kaeltas Dracade. Ashter e seus guerreiros estavam silenciosos na parte externa do Palácio, observando atentamente o céu noturno.
Badaladas começaram a soar exatamente à Meia Noite. Todos ficaram ainda mais tensos, preparando suas armas e aguardando o ataque. Porém, o Rei Magno não havia voltado, e desde que fora arrumar-se para a batalha, não foi mais avistado. Kaeltas e Einnar percebem exatamente o que estava acontecendo: para evitar uma chacina, Allegro foi sozinho enfrentar Qedeth, na Sala do Sino. Eles correm para a alta torre, e levam dezenas de minutos para chegar lá. Quando finalmente sobem a escada estreita e espiralada, percebem a porta da Sala do Sino aberta, com jatos de sangue escorrendo paredes abaixo.
Kaeltas se aproxima. Sozinho, ele não olha para dentro da sala, mas pergunta quem estava ali. A voz grave e gentil de Qedeth lhe deseja uma boa noite, e lhe pede desculpas pela inconveniência. Kaeltas percebe que o cheiro de sangue é forte e que muito líquido avança pelo chão do quarto em direção ao corredor, começando a sair pela porta. Ele pergunta onde estava o Rei Magno, e a Coroa Real do Primeiro Mundo é atirada no chão, rolando como uma moeda até os pés de Kaeltas.
Nesse exato momento, atrás de Einnar, Ashter e seus homens chegam, já tarde demais, e ao perceber todo o sangue, o Capitão Prata grita de espanto e incredulidade. Qedeth bebe sua poção espaço-temporal e ativa o sino. O Alto-Rei Kaeltas tenta impedi-lo, mas ele consegue fugir.
Ao entrar no quarto, Kaeltas vê uma cena terrível: Allegro fora decapitado, e seu corpo empalado. Sua cabeça fora presa na ponta de um berço abandonado no aposento, de onde pendia sua língua em uma expressão de horror. Tal cena choca o Alto-Rei, e todos os que chegaram depois, como o Mago Azul, os Generais, Capitães e Almirantes, Einnar e o restante do grupo.
Rapidamente, o Mago Azul Real prepara um rito de ressuscitação. Um ritual complexo, mas que foi executado com maestria em poucos minutos. O corpo do rei magno foi reconstruído, mas ele não acordou, pois Qedeth havia levado sua alma. Todos voltam para o saguão principal, horrorizados e cheios de perguntas na cabeça. O luto instaurou-se generalizadamente, e poucos não ficaram abatidos com a morte precoce do Rei.
Diante de tal crise, na ausência do Rei Magno, o Conde Prioretto assumiria. Na ausência do Conde Prioretto, o Conde Alvoretto seria o Regente Magno, e este não demorou-se a chegar: poucos minutos após o anuncio da morte de Allegro, Alvoretto já ditava ordens no Saguão do Palácio Magno. Um feitiço tabellarius chega anunciando a todos que a Rainha Magna sofrera um mal súbito, e que precisava de ajuda. Ashter, Kaeltas e vários soldados saem do Palácio em direção à Artis para resgatar a rainha.
Porém, quando todos avançavam pela ponte oeste, um pilar de luz surgiu sobre todo o Palácio Magno, fragmentando-se e desaparecendo. A barreira mágica contra Cavaleiros, utilizada há cinco anos para proteção dos reis, fora destruída. Mestre Dratas foi quem melhor viu o que aconteceu, e perseguiu o indivíduo que roubou a Espada do Amanhecer (item que dava origem à Barreira) e jogou-a Cachoeira abaixo. Raimond foi com ele, tentando encontrar o responsável por aquela traição em um momento de tamanha fragilidade. Enquanto procurava uma forma de recuperar o item, nos jardins, receberam uma desagradável visita.
O Cavaleiro da Fofoca e da Boataria, Irick Escarleto, apareceu no céu da noite para fofocar e coletar informações. Feliz com a morte do Rei Magno, ele barganha com Dratas informações de ambos os lados: conta para Mestre Dratas os planos do conde Alvoretto (matar o Grã-Vizir e tornar-se Rei), o maior desejo e fraqueza d’Ela (Ela quer recuperar seu filho, e no passado, era grande aliada dos humanos) e os próximos passos de Kotashtar (atacar, a partir da Baía da Caveira Velha, a Cidade dos Mil Anjos, e recuperar os Cavaleiros Selados do Cofre de Celestine). Tal situação deixou Dratas e Raimond confusos, irados, e ao mesmo tempo temerosos. Irick levou a Espada Silenciadora de Dragões como pagamento pelas informações, e profetizou que aquela seria a espada que mataria o Alto-Rei Kaeltas Dracade.
Ashter e Kaeltas voltam para se encontrar com Einnar e tentar descobrir o que aconteceu. Dratas e Raimond contam o que descobriram, e o Mago Comandante Capitão Azul, que acompanhava toda a situação, usa o Amuleto das Quatro Rochas de Kaeltas para reconstruir a Barreira Mágica contra Cavaleiros em volta do Palácio Magno. O Conde Alvoretto acusa Raimond de ser o responsável por aquele transtorno, e apresenta um cadáver duvidoso, que seria do destruidor da barreira. Misteriosamente, o cadáver tem o um rosto quase idêntico ao do servo de Raimond, Leonard Stonebrigde.
Tal acusação desperta a fúria de todos, por percebem explicitamente que Alvoretto estava manipulando os juristas e a Guarda Real a seu favor. Profundamente irritado, o grupo confronta Alvoretto de várias formas: tentam ataca-lo verbalmente e fisicamente, politicamente e magicamente. Todas as formas fracassam, e Mestre Dratas (que tentou mata-lo com sua espada) é preso e sentenciado a morte. O Alto Rei Kaeltas é preso e acusado de traição. Stonebridge é hostilizado. A ordem de execução é imediata. Por ordem do Rei Regente, o Capitão General Prata deveria cortar fora a cabeça de Dratas, mas Ashter recusa a obedecer tal ordem arbitrária. O Conde Alvoretto ordena que ele entregue sua patente, mas o Mago Comandante Capitão Azul se interpõe. Este por sua vez, também perde sua patente. Os soldados manipulados apenas obedecem, e preparam-se para executar Dratas. Quando o fio do carrasco desce sobre o pescoço do mercenário, Ashter usa sua própria espada para impedir, e também é preso. Alvoretto ordena que todo o grupo seja preso, sem previsão de julgamento ou pena, e que Dratas morra imediatamente, seguido por Stonebridge. A esperança acabava e o reinado de terror do conde começava.
O circo de horrores de Alvoretto é parado pela voz firme da Rainha Magna, Larin de Khoreakhort. Ainda debilitada e muito fraca, ela usa o limite de suas forças para reestabelecer a ordem e evitar que se cometessem abusos de poder e injustiça.
A Rainha Larin ordena que Alvoretto entregue seu posto e vá para seus aposentos, devendo permanecer lá até a segunda ordem, incomunicável. Ela pede aos Cavaleiros e Paladinos do Palácio Magno que convoca uma reunião com o Conselho de Reis urgente, para a noite daquele mesmo dia. Larin de Khoreakhort, a Rainha Magna, fala para todos manterem suas atividades e restabelecer uma estrutura funcional do Palácio. Manda atiçar o fogo das forjas reais e organizar os exércitos do camping e de todos os reinos aliados. Manda todos descansarem em seus quartos à manhã do dia seguinte, que seria corrida e intensa. Manda todos se preparem, pois tempos de guerra iriam começar.
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