Capítulo 112: A Torre de Sul Artavask e “Ela”
Vives e Letra (25 e 26) de Callero de 5.571
Artavask, Kotashtar.
Quando o mercenário Dratas, a princesa Vilda, o Rei Talos V, o nobre Raimond Stonebridge e o Rei Kaeltas Dracade saem do Labirinto de Aroten pelo Portal Mágico, são transportados para o Décimo Mundo, no Reino de Kotashtar. São enviados para o portal de Aroten que localiza-se há 200km ao sul da Torre de Devion, nos chamados Campos Y'yagarth.
Foi preciso caminhar por horas entre as rochas secas e o solo desértico até encontrar o primeiro inimigo: um Come-Terra, verme Brolgum, os atacou nas dunas altas. Dratas consegue ferir a criatura, prejudicando sua velocidade. Vilda atravessa sua lança sobre a cabeça do predador, e faz seu corpo rolar colina abaixo. O Rei Kaeltas Dracade coleta o sangue ácido e também venenoso da criatura para levar consigo.
Alguns minutos depois, caminhando pelo deserto abaixo, ouvem um pequeno goblin se queimando no rio de sangue ácido que o verme tinha adicionado para trás. Ele trazia consigo uma grande bolsa de itens nas costas, tão grande que parecia ter dificuldade para carrega-la. Mestre Dratas se aproxima e decide intimidar o pequeno ser. Quando confrontado, o goblin muda de forma e revela-se um troca-peles. Ele era na verdade um gigantesco Tiefling de pele vermelha, que atacou o mercenário. Uma batalha começa, e o grupo decide ajudar. Perceba que a pele do tiefling era muito resistente, e foi preciso um esforço conjunto para mata-lo. Vilda e Talos rolaram grandes rochas sobre ele, que morreu soterrado. Os dois ainda se uniram para cortar seus chifres e leva-los como espólios de guerra. Percebem na roupa do inimigo abatido um brasão circular com um “V” prateado.
Percebendo que se aproximavam do perigo eminente, Dratas se adianta, seguido por Kaeltas e Stonebridge, e na retaguarda Vilda e Talos. O grupo tem fome e cansaço, resultante de ter caminhado no labirinto de Aroten e ainda estarem andando horas pela colina. Dratas vê uma silhueta bovina, e decide abatê-la a fim de saciar a fome de todos. Porém, a criatura revel-se sendo um Centauro de Armadura. Ele ataca e fere o mercenário gravemente com uma Adaga de Vidro Negro, atirando-o contra pedras pontiagudas. Ele decide carregar o corpo do guerreiro em seu lombo, e é avistado por Raimond e Kaeltas. O draconato então decide seu companheiro e também trava uma batalha com o inimigo armado, mas acaba levando coices quando tenta o atacar pelas costas, é ferido pela lança do centauro e acaba desmaiado e capturado.
Vilde entra em ação, luta contra a criatura, porém ele a segura no alto e a atira para longe, também a ferindo no braço. Com o impacto, a princesa ficou seriamente ferida e desmaiou. Apenas Raimond e Talos V tiveram que lutar com o centauro, que foi derrotado pelo Rei do Pardo-Carmim, usando golpes pesados e poderosos no busto humano do inimigo. Morto, o centauro foi decepado, despelado, fatiado e cozido por Raimond. Enquanto isso, Talos usava todas as poções curativas para reanimar seus colegas. Kaeltas foi curado e recobrou sua consciência. Mas Vilda e Dratas, apesar de terem seus ferimentos tratados, continuaram desacordados (mas vivos). Kaeltas alimenta os desmaiados e depois carrega o corpo de Dratas, ao mesmo tempo que Talos V leva Vilda em suas costas. Antes de partir, Kaeltas encontrou a mesma insígnia prateada na forma de “V” nos restos do centauro, e pegou-a para si.
Enquanto comiam a carne do centauro, descansaram na noite eterna de Kotashtar, e perceberam que depois de algumas horas, uma multidão de pontos azuis luminosos começou a sair da cidade da Torre, e subir a colina em direção ao grupo, que havia acendido uma fogueira. O grupo combina de se separar: enquanto se afastavam da fogueira rumo a portão da cidade furtivamente, Stonebridge iria até lá e verificaria a natureza da multidão. Raimond usa sua habilidade de transformação para tornar-se um gato preto e se aproximar do grupo raivoso. Ele vê dezenas de criaturas das trevas trazendo tochas e armas, o que provavelmente poderia ser um problema para o grupo se eles se encontrassem. Quando o grupo se reencontra na entrada dos Portões da Cidadela Escura de Artavask, são abordados por guardas. Habilmente Kaeltas os identifica como soldados El’Kethnak que estavam levando dois presos para a prisão. O guarda pergunta se estão levando-os para “ela”. Ele diz que sim, e mostra o emblema em “v”. O portão é aberto e eles recebem orientações para ficarem na Taverna da Guarda.
A Taverna da Guarda, um ambiente hostil e violento, muito sujo, comandado pela drider Xactir de Kanoth. Kaeltas entra na taverna para tentar conseguir quartos gratuitos e não chamar muito atenção, mas acaba lutando e matando o príncipe do clã dos minotauros Dokuju. Por triunfar sobre o oponente, ele ganha respeito dos membros da taverna, que resolvem não se meter com ele e sua “lança mágica”. Assim, o grupo carrega os corpos de Vilde e Dratas para dentro da taverna sem ser incomodado, pois alegaram estar em uma missão para “ela”. Eles repousam num quarto apertado com duas beliches, e comem ensopado de carne bovina preparado por Xactir. Raimond permaneceu na sua forma de gato, para evitar que fosse descoberto.
Na manhã do dia seguinte, já recuperados, percebem que Dratas e Vilde continuam desacordados. Eles são acordados por Tel’Garak, o oficial El’Kethnak “dela”. Ele leva o grupo para sua carruagem de guarda, e os conduz para a Torre Sul. No caminho, ele questiona Kaeltas sobre sua aparência, sobre os caminhos que os levaram até ali e os prisioneiros que traziam consigo. Quando adentram a base do forte militar que compunha a base da torre, percebem-se dentro de uma fortaleza militar muito bem guarnecida e cheia de guardas. Kaeltas não vê outra alternativa: chama Tel’Garak para dentro da carruagem alegando que o prisioneiro estava “preso no banco”, e quando o doppel entra, é executado por enforcamento.
O plano já estava complicado com Il’Maphot’cer, um bruxo da prisão, identificou o cadáver de Tel’Garak e acionou a guarda. Dezenas de guardas Tieflings começaram a cercar a carruagem, e Kaeltas foi obrigado a lutar para abrir caminho. Talos V carregava Vilde e Dratas, enquanto Raimond se escondia nos bancos da carruagem. Eles conseguem se refugiar numa escada, e sobem os degraus velozmente para deixar a guarda que os perseguia para trás. Ao chegarem num ponte dentro da prisão, percebem uma saída para a Torre Sul, mas acabam cercados. Enquanto Kaeltas congelava os inimigos com seu sopro de gelo, Talo se esforçava para carregar os corpos desacordados do mercenário e da princesa Vilda. Raimond acabou retardando alguns inimigos na carruagem, mas acabou ficando para trás. Com certa dificuldade, ele conseguiu alcança-los, passando entre as pernas e os ataques dos guardas tiefling. Perto da saída para a Torre, um Íncubus agarrou a perna de Vilda, causando uma contaminação. Apesar de tudo, eles conseguem fugir pelos corredores até chegar nos aposentos dos empregados. Refugiam-se no quarto de uma camareira súcubo (a quem matam) enquanto a porta do quarto era atacada pelos guardas.
Kaeltas encontra no banheiro do quarto uma saída para um vão interno de ventilação da Torre Sul, que ascendia e passava pelas janelas de todos os banheiros. Enquanto isso, Talos consegue reanimar sua filha e Dratas. Os guardas arrombam a porta do quarto e atiram flechas sobre o grupo. Vilda é novamente ferida, e joga-se no banheiro, muito fraca. Stonebridge e Talos ergue a cama e a usam como escuro para conseguirem chegar ao banheiro. Com a porta tranca, todos sobem pelo fosso profundo e escuro, com Dratas na dianteira, seguido por Raimond, Kaeltas e Talos, que com dificuldade carregava sua filha ferida.
Depois de subirem dez andares, Dratas vê uma janela diferente, maior, e a arromba. Todos entram em um banheiro de luxo, com azulejos azulados e ricamente ornamentado e com vários cremes e ervas mágicos. A porta deste banheiro dava para um quarto muito rico e adornado, com móveis luxuosos, papel de parede azul marinho e muitos quadros e relíquias pessoais. Dratas encontra um retrato meio apagado de um menino “Laurence de Ur Rivenelle I”.Vê também objetos relativos a crianças, como brinquedos e apetrechos de bebê, muito velhos e aparentemente sem uso.
Ele abre a porta do quarto e depara-se com uma grande sala circular, feita de pedras com muitos arabescos e mosaicos malignos no chão. Uma luz azulada e fraca revelava todo tipo de relíquia mágica nas paredes escuras.
O grupo explorava o lugar e ouvia uma música sendo tocada num piano próximo. Quando estavam prestes a sair do quarto, um guarda entra na sala, mas Talos e Kaeltas gritam “vá embora!” fingindo ser “ela”. Eles deduzem que Ela deveria ser dona daqueles aposentos, e encontram uma caixa com o nome “Vaacia”. Kaeltas encontram um Globo gigante com o mapa mundi de Kereato e uma mancha negra onde está Kotashtar. Ele investiga e identifica a real localização do famigerado reino de Oblivice, quase no Polo Norte.
Enquanto todos estão deslumbrados explorando o aposento, Vilda vai até a sala de onde vem o som do piano. Um grande salão circular, com muitas colunas e um teto de vidro azulado cheio de mosaicos representando o céu e as estrelas. É seguida por Raimond e Dratas, que identificam uma saída do outro lado do salão. Uma mulher de cabelo curto tocada uma melodia doce no piano, com uma roupa de alta patente militar na cor branca. Era “Ela”.
Kaeltas também entra na sala quando percebe que os guardas estavam retornando para conversar com a superiora. Talos é o último na Sala do Globo, quando um Anjo Caído de Asas vermelhas entrou. Ele se aproximou do Globo para verificar alguns planos, e furtivamente, Talos aproveitou que o anjo estava concentrado para entrar no salão também, e juntar-se ao resto do grupo.
No Salão do Piano, apenas uma luz fraca azulada atravessa o vitral, e tudo que estava atrás das colunas estava muito escuro. Um de cada vez, cada membro do grupo usa toda sua furtividade para passar despercebido em direção à saída. Então, o arcanjo vermelho entra na sala e tem um diálogo com “ela”, que paralisou todos os presentes.
“-Depois de todos estes meses ainda não superou essa perda? E por que alguém que tem a vida eterna precisaria de mais anos de vida, hã? Perguntou o arcanjo.
-Boa noite rudileza. Eu não vou usá-lo no rito dos bruxos. Estou cumprindo as diretrizes da minha sessão produzindo resultados positivos que excedem em três vezes as metas já altas que eu mesma criei e superei.- respondeu “ela” enquanto ainda tocava o piano.
-Não estou questionando seus “resultados” nem suas “metas”. Sua metodologia agressiva e direta é uma referência para os outros Nobres de Guerra. Eu fui enviado aqui para averiguar suas motivações. - Disse o arcanjo.
-Recebi autonomia da Coalisão dos Clãs e do Conselho dos Nobres de Guerra para executar o Plano Espelho com total independência. Não há motivos sérios para um inquérito dessa inconveniência. - respondeu séria, “Ela”.
- Os membros da Coalisão estão desconfortáveis no que se refere a escolha do seu plano bem como o momento em que escolheu para capturar seu alvo. Aparentemente seu juízo prejudicado compromete o sigilo de nossas operações e atrairá os olhos dos humanos para Kotashtar. Sua movimentação foi extremamente precipitada, e se não tivesse recebido ajuda da Cavaleira, teria falhado. Ainda mais depois do evento que acometeu sua unidade, não pode-se negar que o instinto...- falava o arcanjo quando foi interrompido.
-BASTA! - Esbravejou ela parando de tocar o piano com uma tona forte. - Rudileza de Ikazks, suas alegações estupidas e sem fundamento são fracas diante do meu histórico de respeito. A mísera coalisão dos clãs ousa levantar alguma dúvida contra mim? Neste caso eu solicitarei ao Tribunal dos Arcanjos para que façam um acompanhamento próximo aos chefes de clãs, uma vez que não confiam na Grã-Duquesa e no Arquiduque. Pedirei uma intervenção mais direta nas exigências das colaborações obrigatórias. Sua presença aqui é um insulto, e um desrespeito um momento em que eu não estou servindo à Causa. Sugiro que se contenha e retire-se. - Falou seca e seriamente “Ela”.
-Eu não vim aqui para enfrenta-la, muito menos para causar qualquer tipo de problema... em todo caso, a Cavaleira Shanuy veio lhe visitar... vou chama-la para entrar.”- disse o anjo, se retirando nervosamente do aposento.
A Cavaleira Shanuy entrou na sala do piano e olhou para “ela”. Em seu rosto, um olhar triste porém amistoso. “Ela” recomeçou a melodia no piano e Shanuy começou a cantar. Neste momento, Dratas e Raimond conseguem chegar à saída. Kaeltas e Vilda usam a escuridão e as colunas para se mover quando as duas não estavam olham, por estarem imersas na música. Porém quando Talos V se moveu, Shanuy cantava e passeava pelas colunas, quase encontrando-o. Ele se desequilibra e cai na área luminosa da sala, e é avistado por “Ela”. “Ela” o encara de leve, abaixa os olhos e continua tocando a melodia do piano como se nada tivesse acontecido. Talos V evita Shanuy e também sai.
A próxima sala, onde o grupo se reuniu, era uma sala de reuniões, que estava sem ninguém. A música do salão do piano acabara, e eles ouviram passos chegando. Eles vão até a porta do sala e fogem para o corredor, onde vem, atrás deles, vários guardas batendo na porta da Sala do Globo, com medo de incomodar “Ela”.
O grupo corre pelos corredores da Torre sempre para cima, até chegarem ao interior da prisão. Vem um grande portão, que mostrava a Ponte para a Torre de Devion, e por lá fogem dos centenas de guardas que vistoriavam a torre de Artavask. Quando eles saem furtivamente do portão, este é fechado e lacrado internamente, trancando-os para fora. Sem querer ir na direção da Torre de Devion, todos resolvem descer até a cidade (estavam no alto da torre) e voltar para o Portal de Aroten, em segurança.
Kaeltas encontra um caminho externo e seguro para descer da Torre atrás das grandes Gárgulas que só olhavam para frente. Do alto da torre, poder ver todo o reino de Kotashtar. Uma floresta escura com dezenas de clareiras, como tribos Kotashtarianas.
Será que vao descer da torre sem serem avistados? Quem era ELA? Vão conseguir retornar para o primeiro mundo são e salvos, agora que suas poções de cura acabaram e estão sendo procurados em um perímetro de milhas de milhas? Será que ELA irá atrás de Talos V? Descobriremos no próximo capítulo.
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